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Honda Twister


A Honda CBX 250 Twister é a sexta moto mais vendida no Brasil. Com 62.979 unidades comercializadas no mercado interno em 2006 e cerca de 3.000 exportadas, a Twister é o sonho de consumo de quem tem uma 125 cm³. Pioneira no segmento que reservou os maiores lançamentos da indústria de motos nos últimos anos no país – depois da Twister, chegou a Honda XR 250 Tornado; a Yamaha Fazer, em 2005; e em outubro do ano passado, a Yamaha XTZ 250 Lander – essa 250 cm³ da Honda é vista como evolução “natural” para os milhares de novos motociclistas que surgem a cada ano.

Para especialistas, quem compra uma 125 cm³ e passa a utilizar a moto como meio de transporte, instrumento de trabalho ou lazer deseja crescer em cilindrada e tecnologia. A CBX 250 atende bem a essas expectativas. Com freio a disco, balança de alumínio, um belo (e completo) painel digital e posição de pilotagem mais esportiva, ela é a opção para quem quer ter sua primeira “grande moto”, plagiando o slogan de um recente lançamento da indústria automobilística.

Receita do sucesso

O design moderno, que passou por uma remodelação em 2006, ganhando uma rabeta mais afilada, é um dos fatores responsáveis pelo sucesso da Twister. Vale citar também a chamativa e bela cor amarela, disponível para 2007. Apesar da capacidade de um quarto de litro, essa 250 cm³ parece uma moto maior. Contribuem para isso, na traseira, o sistema de monoamortecimento e o pneu 130/70-17 (40 mm mais largo que a maioria dos pneus das 125 cm³ e com perfil mais esportivo) e, na dianteira, o belo painel e o tanque volumoso para 16,5 l.

Depois de seduzido pelo visual, quem pilota a Twister acaba, inevitavelmente, aprovando seu comportamento. O chassi de berço semiduplo aliado à balança oscilante em alumínio deixam a moto bastante estável nas retas e “esportiva” nas curvas. As rodas de liga-leve de 17" equipadas com freio a disco simples, na frente, e a tambor, atrás, transmitem segurança ao motociclista.

O desempenho também impressiona. Do motor de um cilindro, quatro válvulas, comando duplo no cabeçote, e 249 cm³ de capacidade saem 24 cv de potência máxima a 8.000 rpm. Com torque máximo de 2,48 kgf.m a 6.000 giros, a faixa útil do motor se resume a 2.000 rpm que, quando mantidas, garantem uma moto esperta em retomadas. Pode-se facilmente manter os 120 km/h em estradas, o que faz dela uma companheira razoável para viajar, apesar do caráter urbano.

Injeção faz falta

Entretanto, quando comparada à Yamaha YS 250 Fazer, sua principal concorrente (leia mais sobre ela aqui), o modelo Honda peca pela falta de injeção de combustível. Alimentado por carburador, o monocilíndrico demonstra engasgos e desempenho insatisfatório em baixas rotações. Abaixo de 3.000 rpm, o motor “bate pino” e não tem força para empurrar a moto. Para se ter motor cheio e aproveitar a “esportividade” da Twister é preciso rodar acima dos 5.000 rpm. A conta vem na hora de abastecer.

Rodando sempre na faixa útil do motor, o consumo fica em 23 km/l. Mas caso se estique a sexta marcha (bem longa) até a velocidade máxima de 140 km/h, esse número pode cair para até 18km/l - digno de motos de maior porte. O câmbio de seis marchas, porém, traz outro desconforto: exige constantes reduções de marcha ao se pilotar no trânsito urbano.

Promete o que cumpre

A Twister atende bem à proposta de “primeira grande moto”. Apesar de “beberrona” demais para quem trabalha com a motocicleta, é ideal para quem a usa como condução no trajeto casa-trabalho-faculdade ou procura um desempenho melhor em viagens por um preço acessível.

Tabelada em R$ 9.484 (sem frete), mas vendida por cerca de R$ 10.000 nas concessionárias da marca em São Paulo (SP), disputa o mercado com a Yamaha Fazer YS 250, que tem preço sugerido de R$ 10.150. Uma diferença justificada pela maior tecnologia embarcada no modelo Yamaha que, por sua vez, não tem balança em alumínio. A primeira “grande” moto vai depender mesmo do gosto do freguês. Ou da paixão do motociclista.