Depois das CBF 600 e 500, eis que agora a Honda faz chegar ao mercado a proposta mais pequena da família. Chama-se CBF 250 e chega até nós com a missão de suceder à CB 250 «TwoFifty», uma máquina que, desde a sua aparição em 1992, alcançou uma enorme popularidade junto dos utilizadores, sobretudo aqueles que pretendiam uma moto para a cidade. Os pontos fortes do anterior modelo encontravam-se na sua polivalência de utilização, comodidade, fiabilidade, baixos consumos e pouca manutenção. Com estes argumentos, a TwoFifty apresentava-se como parceira ideal para um amplo leque de condutores e estava acessível à maioria das carteiras dos portugueses. Querendo manter a mesma filosofia, a marca nipónica trouxe à nova Honda CBF 250 todos esses predicados, porém, com óbvios aprimoramentos globais a nível estético e mecânico.
Nascer de novo
Apesar de se poder considerar uma sucessão, a verdade é que este novo modelo mostra muito mais que uma simples cura de rejuvenescimento. É antes uma moto totalmente nova face à velhinha TwoFifty. Exemplo disso é o seu desenho completamente distinto, com uma presença bem mais moderna, a ostentar uma certa rebeldia, e deveras identificada com a família CBF. Outras notas de divergência traduzem-se no abandono do motor bicilíndrico paralelo em favor de um monocilíndrico e de um novo quadro, agora com uma arquitectura em semi-duplo berço de maior resistência e rigidez. A nível de suspensões há a destacar a adopção de um sistema monoamortecedor, de mola progressiva e fixação directa, na traseira, e a alteração da forquilha telescópica dianteira, um novo elemento com 130 mm de curso.
Simples e eficaz
O comportamento dinâmico da nova CBF 250 surpreende pela positiva, mostrando-se sempre à altura de todas as situações. Com uma soberba precisão, a inserção em curva é feita de um modo progressivo e directo, sem grandes alarmes ou surpresas. Em vias rápidas, defende-se com franca estabilidade até ao limite, chegando a alcançar os 140 km/h no velocímetro. Esta eficácia deve-se a uma ciclística muito sólida, graças à nova estrutura do quadro e às optimizações postas nas suspensões. A suavidade de andamento deve-se ao bom trabalho operado nestes componentes, sobretudo ao nível dos dispositivos de amortecimento, que cumprem com eficácia o trabalho de filtração das inúmeras irregularidades existentes nas artérias urbanas, embora, numa ou outra situação, tenha evidenciado alguma brandura.
Os travões desta Honda não comprometem o conjunto, mostrando estarem sempre à altura quando solicitados. O sistema dianteiro está a cargo de um disco de 276 mm, assistido por uma pinça de pistão duplo. Sempre que accionado revelou-se potente e preciso.
Já o travão traseiro, operado por um tambor de 130 mm, cumpre as suas funções, embora não nos tenha deslumbrado. Parece-nos que um disco assentava melhor na roda traseira desta CBF.
Cruzar a cidade
Os circuitos urbanos são, sem dúvida, o ambiente natural para a nova CBF 250. É aqui que esta Honda mostra todas as suas qualidades, evoluindo por entre os automóveis com uma notável agilidade. As manobras mais exigentes fazem-se com grande facilidade, já que esta é uma moto estreita, ligeira e curta, e possui um alargado curso de direcção. A posição de condução é bastante correcta para o condutor e beneficia o passageiro, que conta com duas pegas laterais para se apoiar em andamento. O conforto geral é nota dominante, embora o assento peque por ser pouco esponjoso, especialmente no espaço reservado ao condutor.
A pouca altura do assento ao solo contribui para uma condução descontraída, sobretudo para aqueles que possuem pouca experiência de condução ou para os condutores de estatura menos «avantajada». A Honda CBF 250, por isso, será sempre uma excelente proposta para todos aqueles que queiram iniciar-se no mundo das duas rodas e pretendem fazê-lo em cidade.