As naked utilitárias de média cilindrada são um meio de transporte simples e muito efectivo, tendo alguns modelos atingido um sucesso de vendas assinalável graças à sua comprovada fiabilidade, facilidade de uso e polivalência. A CB500 é disso um excelente exemplo, tornando-se em pouco tempo uma moto discreta mas muito eficiente e onde muitos encontraram aquilo que realmente necessitavam para a sua realização motociclista.
Mas com o evoluir dos tempos, a CB500 foi perdendo fulgor prestacional e comercial, obrigando a Honda a pensar numa reformulação geral que a colocasse num patamar de modernidade e arrojo funcional. A nova CBF 500 é a prova dessa actualização, integrada na nova gama de modelos naked simples mas com bastante vocação desportiva e que a Honda apresenta na sua gama de 2004. O novo modelo foi actualizado em prestações, componentes e definição, apresentando-se ainda mais emocionante, mais económico e globalmente mais eficiente. O baixo preço de venda e a inimitável fiabilidade geral continuam a ser uma referência. Tudo numa moto que irá simplesmente surpreender.
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO Nada demasiado radical ou stressante, nada demasiado frouxo e sem alma, foram estas as linhas mestras no desenvolvimento da nova CBF 500. Fundamentalmente procurou criar-se uma moto em que o binómio forma/função seja elevado, incorporando tecnologia e design, robustez e prestações. Com ela a Honda procurou redefenir as “normas” desta classe. Mecanicamente recorreu-se ao mesmo motor utilizado na CB 500 embora aqui fosse alvo de um leque de acertos que lhe permitem produzir maior potência e binário, traduzidos na práctica numa elasticidade e rapidez de resposta superiores. Todo o conjunto assenta num quadro tipo mono-trave (semelhante ao utilizado nas Hornet), com dimensões compactas e suficientes, acessíveis aos que se estão a iniciar (para estes o assento mais baixo é muito importante) vindos das scooters e a caminho das motos “grandes”, e aos que querem apenas disfrutar ao máximo das capacidades de condução da CBF. Melhores suspensões e pneus radiais, distintas cotas gerais, travões mais potentes e seguros, e muitos outros elementos revistos e modernizados, completam o novo conceito CBF500 que eleva ao máximo o ânimo e o prazer de condução, e em momento algum deixa desiludidos os que a escolheram como companheira para muitos e duradouros anos. Uma moto que apenas defende uma máxima: “experimenta-me e verás...” ESTILO Chama a atenção o desenho e estilo da nova CBF500. Concebida inicialmente no departamento de desenvolvimento de novos produtos sediado na Alemanha, por uma equipa multinacional de desenhadores e engenheiros, o design deste novo modelo é simples, ligeiro e fluido, centrado sobretudo no generoso depósito de 19 litros de capacidade esculpido em ligação com os dois amplos e confortáveis assentos separados. O seu formato é muito elegante e mais moderno que o anterior assento da CB500, garantindo uma imagem mais ligeira e desportiva. Toda a moto foi desenhada para se adaptar às necessidades dos condutores de menor estatura, destacando-se os 770 mm de cota do assento ao solo, e o seu posicionamento mais avançado que o habitual, colocando o condutor mais próximo do guiador - que também tem uma curvatura diferente. As tampas laterais são mais estilizadas e atraentes que antes, unindo-se às linhas do depósito e assento e formando um conjunto mais compacto. O conforto total do passageiro é garantido por uma zona de apoio de maior dimensão, duas pegas laterais para as mãos e os pousa-pés colocados numa posição que não o cansa mesmo nos longos trajectos. À frente a óptica circular da CBF é semelhante à já utilizada na CB500, com uma lâmpada de halogéneo capaz de produzir um foco intenso e bem dirigido, resultando numa excelente iluminação noctura. Os indicadores de mudança de direcção assumem as linhas dos modelos mais recentes da Honda, sendo mais bonitos e tendo maior visibilidade. Atrás a óptica de rectaguarda é não só mais bela e elegante, como tem maior capacidade de iluminação, justificando em pleno o ar desportivo e cosmopolita deste modelo. MODERNO PAINEL DE INSTRUMENTOS O ligeiro e desportivo painel de instrumentos da CBF 500, incorpora um par de mostradores circulares onde se colocou o taquímetro e velocímetro, ambos totalmente electrónicos e de grande precisão. São semelhantes aos utilizados na Hornet 900, proporcionando uma leitura imediata de todos os parâmetros de funcionamento. No mostrador do taquímetro inclui-se ainda um indicador analógico de nível de temperatura do motor e no velocímetro um mostrador de cristais líquidos multi-funções com comando exterior. Ao centro foram incluidas as necessárias luzes indicadoras de funcionamento de alguns componentes, entre elas uma luz de reserva de combustível (acende quando restam três litros no depósito) e outra de avaria do sistema ABS (apenas na versão CBF 500 ABS). No punho direito está o interruptor dos quatro piscas de emergência. MOTOR A desportiva CBF500 está equipada com o mesmo motor utilizado na CB500 desde 1994. A unidade de dois cilindros paralelos refrigerada por líquido, de compactas dimensões e altas prestações, incorpora um veio de equilíbrio e dois carburadores de guilhotina que garantem ao motor uma resposta constante e progressiva, rápida e decidida sempre que seja solicitado. Um motor caracterizado ainda pelos reduzidos consumos de combustível, baixas emissões poluentes e grande fiabilidade a longo prazo de utilização. De novo o motor apresenta uma construção cuidada e novos acertos de carburação e distribuição que lhe permitem atingir elevados regimes de rotação e uma desenvoltura muito maior, contando ainda com um veio de equilíbrio (montado à frente do bloco) que anula as vibrações primárias e suaviza todo o funcionamento mecânico. No topo, as duas árvores de cames são accionadas por uma corrente de elos muito silenciosa montada numa posição central, contando com um tensor automático sem manutenção. As duas comandam as quatro válvulas por cilindro montadas com sistema de afinação por pastilhas, solução semelhante à de motos de maior capacidade da Honda e que oferece ao motor a necessária fiabilidade mecânica para trabalhar em altos regimes sem o mínimo problema, aumentando ainda os intervalos de afinação das válvulas para 24.000 km.